Os Campos caracterizam-se pela presença de uma vegetação
rasteira (gramíneas) e pequenos arbustos distantes uns dos outros. Podemos
encontrar esta formação vegetal em várias regiões do Brasil (sul do Mato Grosso
do Sul, nordeste do Paraná, sul de Minas Gerais e norte do Maranhão), porém é
no sul do Rio Grande do Sul, região conhecida como Pampas Gaúchos, que
encontramos em maior extensão.
Características principais dos Campos:
- vegetação
formada por gramíneas e arbustos e árvores de pequeno porte.
- não
dependem de grande quantidade de chuvas.
- sua
extensão atingem os territórios da Argentina e Paraguai.
Os Campos, também chamados de Pampas (termo de origem
indígena que significa “região plana”) ou Campos Sulinos, são formações abertas
compostas basicamente por gramíneas com alguns arbustos como Matas Ciliares
(nos leitos dos rios).
Típicos de regiões de clima subtropical e com chuvas
regulares, é a vegetação típica do Sul do Brasil e de regiões da Argentina e
Uruguai.
A nomenclatura de “Pampas” geralmente se atribui aos campos
da região sul do Rio Grande do Sul e partes da Argentina e Uruguai onde o
relevo é bastante plano. Nas outras regiões são comuns os chamados “campos do
alto da serra” em áreas de transição com a Mata de Araucária, ou, ainda, campos
semelhantes às savanas em locais mais secos.
Seu clima é temperado, com temperatura média de 20°C,
chegando a 35°C no verão, e com geadas e neve na época de inverno: momento de
maior concentração de chuvas.
Com aproximadamente 180.000 km², abriga a maior porcentagem
do aquífero Guarani, e tem cerca de 800 espécies de gramíneas, 200 de
leguminosas e 70 de cactos; além de 385 de aves e 90 de mamíferos. Garça,
marreco, quero-quero, tatu, guaxinim, veado, onça-pintada, jaguatirica, lontra,
macaco-prego, guariba, preguiça, tamanduá, capivara, lobo guará, veado
campeiro, tuco-tuco, papa mosca do campo, e curruira do campo, são alguns
representantes da fauna local.
O bioma dos pampas apresenta algumas espécies endêmicas* de
mamíferos (11 espécies endêmicas), aves (22) e pelo menos uma de peixe, o Cará
(Gymnogeophagus SP.).
O solo, na maior parte dos campos, apresenta baixa
concentração de nutrientes e é muito suscetíveis a erosão, o que torna ainda
mais rápido o processo de degradação dos campos.
Os Pampas são o único bioma do país a ocupar o território de
apenas um estado, o Rio Grande do Sul, tomando cerca de 63% do território
gaúcho. Desde o período de sua colonização, os pampas gaúchos vêm sendo
utilizados como pastagens naturais e só em 2004 é que os Pampas tiveram sua
importância reconhecida e foram alçados ao nível de “Bioma”.
Esse bioma pode ser classificado da seguinte forma:
Campos limpos – Predomínio das gramíneas;
Campos sujos – Há a presença de arbustos, além das
gramíneas;
Campos de altitude – Áreas com altitudes superiores a
1,4 mil metros, encontradas na serra da Mantiqueira e no Planalto das Guianas;
Campos da hileia – É um tipo de formação rasteira
encontrado na Amazônia e é caracterizado pelas áreas inundáveis da Amazônia
oriental, como a ilha de Marajó;
Campos meridionais – Não há presença arbustiva,
predomina uma extensa área com gramíneas, propícia para o desenvolvimento da
atividade agropecuária. Destaca-se a Campanha Gaúcha, no Rio Grande do Sul, e
os Campos de Vacaria, no Mato Grosso do Sul.
O problema é que a maioria das atividades de pastagem não
leva em conta a fragilidade do equilíbrio dos campos sulinos, além de terem
forçado a evolução seletiva de espécies que melhor se adaptaram à atividade de
pastoreio (pisoteamento). Entretanto, outros problemas vêm se somar aos
impactos do sobre pastoreio (pastoreio excessivo, sem controle adequado), o
plantio de espécies exóticas. Empresas de celulose vêm aumentando cada vez mais
a exploração das áreas agriculturáveis dos campos sulinos.
Nos Pampas, a agropecuária tem bastante força, o que vem
provocando problemas ambientais, como a erosão do solo. Cerca de 50% deste, é
ocupado por áreas rurais: valor relativamente pequeno, se comparado aos outros
biomas. Entretanto, os Pampas é o que possui menor porcentagem territorial
destinada à conservação e um dos menos estudados.
O Pampa ainda é afetado por outros problemas ambientais. As
plantações descontroladas de soja deram inicio a prática lenta e danosa,
transformando a mata e os campos nativos em terrenos agrícolas reduzindo o
habitat para a flora e fauna, consequentemente empobrecendo os solos pelo uso
diário de agrotóxicos e máquinas.
Descaracterizando a fisionomia natural do Pampa, amplia a
degradação pelo uso de herbicidas, reduzindo os espaços naturais. O cultivo de
arroz ocorre muitas vezes a partir de charcos, que são essenciais para a
reprodução e alimentação de várias espécies. Essas atividades que dependem do
recurso da água, rios e banhados, competem muitas vezes, por exemplo, com a
pesca.
A pressão econômica do mercado tem levado os pequenos, médios
e grandes produtores a produzirem soja. Outro grande número de produção. É o
cultivo de eucaliptos e pinus, para a produção de papel. Mas além de mudar a
paisagem do bioma, essas plantações poderão causar grandes impactos no sistema
hídrico, já que a árvore consome pelos menos 30L por dia, prejudicando a
cultura irrigada do arroz, e o capim, que serve de alimento para o gado,
consequentemente diminuindo a qualidade da carne.
Outro grande problema foi a infestação do pampa, com
espécies exóticas, causando um grande prejuízo ao bioma. A maioria foram os
capins, para alimentar os rebanhos, já que o inverno lá é muito rigoroso.
Espécies exóticas como a uva-do-Japão, capim-braquiária,
tojo, pinus e animais como javali, bagre-africano, lebre europeia, introduzidas
no Pampa, causam degradação e desequilíbrio ambiental.
A região sofre com o processo de arenização, que é o
processo de retirada de cobertura vegetal em solos arenosos, em regiões de
clima úmido. O problema se intensificou com a mobilização intensa de máquinas
agrícolas nos solos, excessivo pisoteio do gado e a expansão da soja sobre o
solo frágil.
Além desses problemas, o Pampa sofre diariamente por ameaças
de integridade, como a caça e a pesca ilegal; pulverização da mata nativa das
áreas de preservações permanentes; mortandade de aves, peixes e outros animais
pela ingestão de agrotóxico; desvio de cursos de água para abastecimento de
propriedades rurais; queimadas; e a mortandade de alevinos de peixes causada
pela aspiração de bombas na irrigação de arroz.
Economia
A região dos Campos, principalmente no Rio Grande do Sul, é
muito utilizada para a pastagem de gado. A pecuária é uma das principais
atividades econômica nesta região.
*Endêmicas – Próprio a uma região ou população específica.
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